Visando otimizar o embarque de passageiros, o Aeroporto de Congonhas, localizado na Zona Sul de São Paulo, iniciou hoje (15) um projeto piloto de reconhecimento facial. Os testes estão sendo feitos também no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, o que faz do Brasil o primeiro país a experimentar a tecnologia em uma ponte aérea de ponta a ponta.

O Embarque + Seguro 100% Digital é uma ação do poder público em parceria com a iniciativa privada. O projeto foi idealizado pelo Ministério da Infraestrutura e desenvolvido pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), empresa de tecnologia do governo federal.

A tecnologia MFACE, que capta a biometria facial em segundos, é oferecida pela IDEMIA, empresa francesa responsável pela implantação da solução em aeroportos ao redor do globo. O objetivo é, além de acelerar o processo de embarque, tornar o trajeto mais seguro.

“Segundo a mais recente Pesquisa Global de Passageiros da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), 70% dos entrevistados estão dispostos a compartilhar a sua biometria para sua identificação durante a jornada de embarque. Com o reconhecimento facial, o tempo detectado cai de sete para menos de um segundo”, explica Rodrigo Costa, Rodrigo Costa, diretor de Desenvolvimento de Negócios para Public Security & Identity da IDEMIA LATAM. “Isso gera um fluxo mais rápido e evita a necessidade de apresentação de documentos, o que reduz as chances de contaminação por Covid-19”, acrescenta.

Congonhas é o quinto aeroporto a testar o projeto piloto, que já passou pelos terminais de Florianópolis (SC), Salvador (BA), Santos Dumont (RJ) e Belo Horizonte (Confins). Com a finalização das fases de testes, o governo federal avançará para a implantação efetiva da tecnologia nos principais aeroportos do país.

De acordo com Fabiana Todesco, diretora de Planejamento e Gestão da Secretaria de Aviação Civil, a fase inicial do projeto não contou com investimentos por parte do governo. “Durante o piloto, se trata de uma parceria entre a iniciativa pública e privada para observar o potencial da tecnologia. Estamos em discussão com o Serpro e analisando dados para nos próximos meses viabilizar a solução de forma estruturada e fechando valores”.

aeroporto de congonhas - reconhecimento facial - rodrigo costa

Rodrigo Costa ao lado de um dos monitores de reconhecimento facial

Aeroporto de Congonhas: como funciona

No terminal paulistano, os testes estão sendo feitos em voos da Azul Linhas Aéreas. Os passageiros que forem se deslocar entre os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont serão convidados a participar do projeto.

Os clientes da companhia aérea poderão experimentar a tecnologia de reconhecimento biométrico facial para acessar as áreas de embarque e aeronaves dos terminais. No momento do check-in, o passageiro tira uma foto e fornece o número do CPF. Todo o processo é feito via aplicativo do Serpro e respeitando as regras da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).

Após o cadastro, o cliente recebe uma mensagem no celular, solicitando a autorização da obtenção de dados. Em seguida, o atendente da Azul realiza a validação biométrica, comparando as informações e foto com as registradas nas bases governamentais.

A partir da validação, o passageiro fica liberado para ingressar na sala de embarque e na aeronave passando pelos pontos de controle biométricos, que fazem a identificação por meio de câmeras, sem a necessidade de o usuário apresentar documento e cartão de embarque.

Se o projeto piloto funcionar, o objetivo é expandir a tecnologia para outras companhias aéreas. No futuro, cada viajante poderá realizar o cadastro por aplicativo sem sair de casa por meio dos aplicativos das empresas. Ao invés de apresentar um documento no momento do embarque, totens com leitores digitais farão o reconhecimento facial.

(*) Crédito das fotos: Gustavo Rampini/IDEMIA e Nayara Matteis/Hotelier News