Dando continuidade à programação do Adit Share, aberto hoje (23), foi realizada a palestra Oferta e Gestão de Serviços Hoteleiros em Projetos Compartilhados. Na conversa, estiveram presentes Armando Ramirez, diretor de Desenvolvimento de Negócios Conesur da Wyndham Hotels & Resorts; Rafael Almeida, CEO do Grupo Natos; Alexandre Zubaran, CEO da Enjoy Hotels & Resorts; e Paulo Roberto Caputo, sócio-diretor da Livá Hotéis e Entretenimento e CEO da Atrio Hotal Management.

A palestra foi coordenada por Almeida, que destacou o crescimento considerável do setor de multipropriedade no Brasil nos últimos anos, mas ponderou a necessidade de discutir ajustes para que o segmento mantenha um crescimento sustentável.

Indagado sobre o tempo ideal para o operador hoteleiro se envolver em um projeto de multipropriedade, Caputo afirmou que este é um tipo de modelo no qual o projeto merece ser acompanhado desde o início. “Day zero, de preferência”, pontuou o executivo. “Isso porque quem vai entregar o projeto, lá no final, é o operador hoteleiro. Portanto, o quanto entrar no projeto, menor e melhor é o investimento realizado.”

Almeida complementou a fala do executivo afirmando que todo empreendimento de multipropriedade precisa criar opções de entretenimento para que o cliente compre cotas de tempo cada vez maiores. “Precisamos criar opções que atraiam e que façam o cliente querer ficar a semana toda”, acrescenta.

Zubaran, por sua vez, destacou a mudança do perfil dos clientes e a possibilidade de expandir os investimentos do setor para outros tipos de público. “À medida que a economia do compartilhamento foi crescendo, firmou-se como um investimento bastante inteligente, em que o cliente paga por aquilo que usa. Agora, esse consumidor mudou, então os valores também se alteraram e nós temos que nos preparar e aprender a fazer multipropriedade melhor. Talvez, até executando projetos em capitais, no segmento corporativo para pequenas e médias empresas. Vejo demanda para isso, afinal um time de executivos pode passar duas semanas trabalhando em São Paulo”, disse.

Adit Share: desafios

Zubaran também destacou que os interesses dos clientes variam de acordo com o perfil de cada um e isso implica em desafios operacionais maiores do que os vistos na hotelaria tradicional. Por isso, para operar empreendimentos de multipropriedade, é preciso quebrar esse mindset hoteleiro.

Nos momentos finais do debate, os executivos falaram a respeito das perspectivas e desafios para o pós-pandemia, projetando uma mudança de cenário proporcionada pela volta gradual das viagens após quase dois anos de restrições. Período que, segundo Zubaran, foi importante para reformular o setor e repensar a experiência do cliente para proporcionar maior satisfação.

“O único indicador macroeconômico que é bom para o turismo interno, no momento, é o dólar alto. Acredito que isso continuará se refletindo em mais vendas e ocupação nos resorts até o primeiro trimestre de 2022. Vejo um ano muito desafiador, mas continuo otimista, porque todo hoteleiro é otimista por natureza”, finalizou.

(*) Crédito da foto: Lucas Barbosa/Hotelier News