Um dos setores mais atingidos pela pandemia foi o  turismo. O cenário afetou não só as viagens de lazer, mas também as corporativas, que inclui serviços como a realização de eventos. Gervásio Tanabe, presidente da Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), afirmou que ainda há um longo caminho até a recuperação efetiva do segmento.

Tanabe afirmou que é importante ressaltar que os indicadores das viagens de lazer, que têm crescido significativamente, não refletem a realidade do corporativo, que se recupera de forma mais lenta e gradual. No segundo trimestre deste ano, o setor de viagens de negócios faturou R$ 769 milhões, o que é um número baixo se comparado aos R$ 3,024 bilhões acumulados no mesmo período em 2019.

“Os números da hotelaria não estão tão distantes dos níveis pré-pandemia porque havia muita demanda reprimida de lazer. Por outro lado, o corporativo vem em uma recuperação mais lenta, mas estamos otimistas. Nossa expectativa é de que entre os meses de outubro e novembro haja um aquecimento de 65% no setor”, declarou.

O executivo também citou o progresso da vacinação no Brasil como fator determinante para a retomada do turismo de negócio a níveis pré-pandemia. “Nós entendemos que é necessário trazer confiança para o viajante, e temos feito isso através da divulgação em massa da vacinação e da importância de cumprir os protocolos sanitários”, pontuou.

Ele ressaltou também que a realização dos eventos híbridos pode ser tanto positiva quanto negativa para o corporativo.

“Nós temos que considerar as possibilidades. Se os eventos híbridos se tornarem uma realidade e principalmente uma preferência, o setor perde receita. Porque quando não se tem demanda na semana, a tendência é que os preços aumentem no final de semana para que as empresas consigam manter a operação, e hoje muitos empreendimentos já operam com preços 17% mais altos. Por outro lado, essa forma híbrida também expande exponencialmente as possibilidades e proporciona um aumento de público, unindo o presencial e o virtual em um único acontecimento”, analisou.

Abracorp: perspectivas para o futuro

Em relação à recuperação do setor, Tanabe traçou um panorama com as perspectivas. Ele acredita que, financeiramente, o setor só deve se recuperar de forma efetiva nos próximos cinco anos, considerando a amplitude dos prejuízos.

“É importante considerar que quando falamos de recuperação, há uma diferença entre recuperação financeira e de demanda. Quanto à demanda, acredito que em 2022 já iremos operar em níveis pré-pandemia, pois já estamos presenciando este aumento, mesmo que gradual. Mas os prejuízos foram grandes e, para recuperá-los, é necessário um tempo maior, que eu acredito ser de pelo menos cinco anos”, finalizou o presidente da Abracorp.

Com 26 associados, a Abracorp acaba de afiliar a Quickly Travel, agência de viagens presente no mercado desde 1998 e com especialidade no mercado japonês.

(*) Crédito da foto: JoshuaWoroniecki/Pixabay