O primeiro trimestre do ano foi marcado por um novo susto para o mercado hoteleiro. Com a explosão da segunda onda e o aumento no índice de contágios por Covid-19, o setor foi mais uma vez ameaçado por um período de baixos resultados. Apesar das restrições impostas, o mês de abril registrou ocupação de 20,44% no estado de São Paulo, segundo levantamento divulgado hoje (7) pela ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo). De acordo com a entidade, os números representam alta de 6,57% frente a março de 2021 e de 179,62% na comparação anual.

A décima edição da pesquisa aponta o retorno de hotéis em 14 MRTs (Macrorregiões turísticas) do estado, compreendendo 505 municípios e 114.840 UHs de oferta total. Dentre as cidades respondentes do levantamento, foram consideradas 100.733 UHs (87,72%). O estudo contou com as respostas de 117 empreendimentos hoteleiros e 14.066 UHs. Para o cálculo de ocupação, diária média e RevPar somente propriedades abertas e em operação entraram para a base de dados.

Mesmo com o aumento nas taxas de ocupação, a diária média do estado encerrou em abril em R$ 198,94. O resultado aponta crescimento de 7,31% frente a março deste ano e queda de -27,31% no mesmo período em 2020. Consequentemente, o RevPar da hotelaria paulista ficou em R$ 40,66, o que representa acréscimo de 17,99% em relação a março de 2021 e de 104,02% frente a abril de 2020.

O levantamento da ABIH-SP demonstrou que no mês de abril houve um ligeiro aumento na quantidade de hotéis abertos, passando para 95,73% da oferta total, contra 90,40% em março de 2021. No período, empreendimentos em operação mantiveram 31,86% de suas UHs fechadas frente a 38% no mês anterior.

Em abril de 2021, a proporção de funcionários/UHs apresentou estabilidade e manutenção de cargos, após um período de demissões em massa. A relação ficou em 0,26 funcionário/UH no quarto mês deste ano, repetindo a performance registrada em março de 2021.

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ABIH-SP: desempenho regional

Das 14 MRTs pesquisadas, todas apresentaram variação positiva em relação a março de 2021, exceto a MRT Terra do Sol. Apesar da variação positiva, o resultado ainda está aquém do ideal esperado. Vale lembrar que o estado de São Paulo permaneceu na Fase Vermelha de restrições durante todo o mês de abril.

As MRTs de apelo corporativo seguem as mais impactadas, porém com ligeira recuperação no mês em questão. Já as regiões de apelo turístico, apesar da recuperação, ainda apresentam quedas por motivos de restrições Estaduais e Municipais (fechamento de praias, por exemplo).

Em termos de ocupação, o Centro-Oeste Paulista foi a MRT com melhor desempenho (48,03%) e variação de 204,95% frente a março de 2021. A Terra do Sol registrou apenas 10% de ocupação e variação negativa de -55,56% na comparação com março.

A maioria das MRTs pesquisadas apresentaram recuperação da diária média em abril/21, porém, seguem a tendência de retração e muito aquém da ideal. As regiões de apelo lazer mantiveram a retração apresentada no mês anterior, com uma recuperação modesta, muito ainda por conta de restrições sanitárias e de mobilidade.

ABIH-SP - grafico 3

A macrorregião do Circuito das Águas alcançou a maior diária média em abril (R$ 241,58), o que representa alta de 3,14% frente a março. Em contrapartida, Vale do Rio Grande foi a MRT com maior variação positiva (94,99%) em comparação ao mês anterior, chegando a R$ R$ 218,53.

O Circuito das Águas abocanhou o maior RevPar do estado (R$ 90,47), com variação de 75,98% frente a março. Na outra ponta, a Terra do Sol registou tímidos R$ 10,50 no indicador, o que representou um tombo de -60,37% na variação de março.

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(*) Crédito da foto: alexramos10/Pixabay