ABIH-SP: debate sobre políticas públicas fecha 1º Encontro Anual

Finalizando as palestras do 1º Encontro Anual da ABIH-SP, foi apresentado o painel Políticas públicas para a hotelaria, com participação de Ricardo Roman Jr., presidente da entidade, e Vinicius Lummertz, secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo. O painel foi mediado por Roland Bonadona, CEO da BHC Consulting.

Lummertz abriu o momento de debate falando que o Brasil figura entre os cinco países mais difíceis de criar empreendimentos no setor de Turismo no mundo. “É contra isso que estamos lutando. Contra essa contradição do nosso país, de ter todo esse potencial e não conseguir trabalhar”, pontuou.

Além disso, ele mencionou a importância de se criar políticas de incentivo à hotelaria para que o setor aqueça. “Essa tem sido a nossa prioridade aqui em São Paulo: colocar o Turismo entre os setores com maior atenção do estado, investindo em promoção e reestruturação. O problema do setor no país como um todo está ligado principalmente à necessidade de reformas, tanto micro quanto macro”, acrescentou.

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Palestrantes falam sobre a implementação de políticas públicas no turismo

“Precisamos mudar a forma preconceituosa com que somos olhados. Reputação você tem que mudar com argumentação e se posicionar. Ou seja, é preciso apresentar um sistema de representação que fale pelo setor como um todo”, finalizou.

Ao final do evento, o secretário foi homenageado por Roman Jr. por sua atuação no setor.


Painéis apontam principais reivindicações do setor

A tarde de debates do 1º Encontro Anual da ABIH-SP também contou com os painéis Principais Reivindicações futuras sob a perspectiva do trade e Principais reivindicações futuras sob a perspectiva da hotelaria, ambos mediados por Antonio Dias, diretor executivo da Royal Palm Hotels & Resorts e membro da diretoria da entidade organizadora. Na ocasião, foram discutas as principais ambições do setor sob as duas perspectivas.

No primeiro painel estiveram presentes Roberto Nedelciu, presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo); Marcio Ferraz, presidente da Clia Brasil; Magda Nassar, presidente da Abav Brasil (Associação Brasileira dos Agentes de Viagem); e Eduardo Sanovicz, presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).

Sanovicz iniciou o momento falando que a atuação do trade teve grande destaque durante a crise sanitária, o que, segundo ele, fez com que as empresas adquirissem ainda mais maturidade.

Entre as reivindicações, ele pontuou que é de extrema importância a redução dos impostos aplicados ao preço dos combustíveis de aviação.

Magda, por sua vez, falou sobre a necessidade de se criar uma cadeia de distribuição mais justa. “Hoje, temos uma cadeia injusta, principalmente nas plataformas online, que não têm a mesma carga de imposto que as outras empresas”, pontuou.

“Nossas demandas são apenas por igualdade e respeito de vendas, para termos um modelo mais sustentável. Acredito que a hotelaria e as companhias aéreas não queiram ficar sem uma cadeia de distribuição. Portanto, é necessário cada vez mais união contra os que não pagam impostos e não atuam legalmente dentro do nosso país”, ressaltou.

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Debate aborda principais reivindicações do trade

Nedelciu, durante sua participação no debate, falou sobre as oportunidades criadas durante a crise. “Temos um potencial muito grande, trabalhando em diversas frentes, para garantir que o turismo atinja níveis similares ao de outros setores da economia, como o agronegócio”, destacou.

Ferraz, por fim, mencionou a reforma tributária como um dos grandes fatores que devem afetar significativamente o setor. “Temos que nos unir. Nós não temos a mesma força que setores como o de serviços, mas acredito que com a articulação correta, consigamos a mesma relevância. O imposto tem que ser justo e simples de ser pago, e isso é de extrema importância para que a gente consiga atrair ainda mais turistas para o Brasil”, observa.

Perspectiva da hotelaria

No segundo painel, participaram Eduardo Giestas, presidente do FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasl); Sérgio Souza, presidente da Resorts Brasil; Manoel Linhares, presidente da ABIH Nacional; Ricardo Roman Jr, presidente seccional de São Paulo; e Toni Sando, presidente da São Paulo Convention Visitors & Bureau.

No início do momento, Giestas mencionou questões tributárias, como a reforma trabalhista, como uma das grandes preocupações do setor, pois gera grande tributação. Além disso, ele mencionou a necessidade do acesso a linhas de crédito.

“Nosso setor é extremamente fragmentado e um dos pontos positivos trazidos por essa crise é que ela fez com que as entidades se unissem. O turismo é uma cadeia gigante e complexa, e não é uma coisa só. São vários setores e é assim como ele deve ser tratado, para que todas as reivindicações sejam cumpridas. Existe uma necessidade contínua de conseguirmos conscientizar o governo de que o setor da hotelaria tem um grande impacto social, pois empregamos e capacitamos muita gente”, pontuou.

Em seguida, Linhares fez declarou que o que falta no Turismo, neste momento, é força política para o segmento. “Hoje, nós temos um grande potencial nas nossas mãos, mas precisamos mostrar ao colaborador quem defende este setor. O que os governos estaduais e municipais fizeram pela hotelaria? Praticamente nada. Mas chegou a hora de mostrarmos a nossa força, a nossa união”, afirmou.

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Entidades alegam falta de representação política

Souza, durante sua fala na palestra da ABIH-SP, disse que o Turismo precisa ser visto como política de estado. “Nós somos indutores de desenvolvimento turístico, inclusão e sustentabilidade social, econômica e ecológica. A força da nossa cadeia é muito grande, pois somos uma atividade essencial. Se o setor for visto dessa maneira, podemos ter crescimento substancial no PIB”, explicou.

Roman Jr. seguiu o raciocínio dos demais palestrantes, afirmando que é necessário haver representatividade política para que o setor consiga não só se manter, mas também continuar se desenvolvendo.

Por fim, Sando mencionou a importância do trabalho das associações setoriais com o objetivo de garantir o aumento de receita do setor. “Podemos e devemos fazer um trabalho juntos, porque essa atuação é de extrema importância para embalarmos aquilo que já temos, ou seja, pegar toda essa estrutura e trabalhá-la para garantir que sejamos um setor forte”, finalizou.


ABIH-SP: gerentes gerais discutem estratégias para o pós-pandemia

Dando continuidade às palestras do 1º Encontro Anual da ABIH-SP, foi apresentando o painel Pós-pandemia: o que pensam e qual a estratégia dos gerentes gerais. Participaram do momento de debates: Vanessa Martins (Renaissance SP Hotel), Nelson Hengles (Hotel Terras Altas), Mike Silveira (Intercity Hotels) e Carlos Jacobina (Novotel Itu), gerentes que discutiram os desafios das operações para a retomada do setor. O painel foi mediado por Carlos Bernardo, diretor de Operações da Accor.

Vanessa abriu as discussões falando sobre a reação da hotelaria nos últimos meses, com alta ocupação, crescimento na demanda de lazer e de negócios. Ela pontuou, durante o encontro, que para 2022 é esperado aquecimento do número de hóspedes estrangeiros, de acordo com o comportamento da nova cepa da Covid-19.

“Esperamos que essa demanda tenha crescimento significativo no próximo ano. Por outro lado, precisamos observar o que vai acontecer após o surgimento dessa nova variante. Se as fronteiras forem fechadas novamente e os protocolos voltarem a ser rígidos, pode ser que não tenhamos uma recuperação tão rápida quanto esperamos”, afirmou.

Em seguida, Hengles considerou a respeito da dificuldade da hotelaria em recrutar mão de obra neste período tão decisivo. “O que eu percebo é uma dificuldade muito grande para conseguir mão de obra e isso é uma preocupação bastante relevante, pois podemos ter uma retomada expressiva e nos depararmos com essa situação de não ter pessoal qualificado para atender a essa demanda”, explicou.

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Gerentes discutem desafios na retomada da hotelaria

Ferreira, por sua vez, afirmou que várias cidades menores brasileiras foram utilizadas como referência de protocolos sanitários. Ao mesmo tempo, destaca a dificuldade de garantir que as medidas sejam cumpridas. “É difícil conter a vontade e o ímpeto das pessoas em ter uma interação mais natural umas com as outras”, explica.

Jacobina seguiu a linha de raciocínio dos demais painelistas, reforçando as perspectivas positivas, mas fazendo as mesmas ressalvas em relação aos protocolos. “Um dos nossos grandes empecilhos é o incentivo à não utilização das máscaras e isso é preocupante, porque temos uma grande demanda de lazer, mas boa parte dessas pessoas não quer mais aderir aos protocolos por achar que a pandemia já passou”, completou.

Em relação às tarifas, todos os participantes do painel seguem a mesma linha de raciocínio, afirmando que aumentar as diárias médias é fundamental para garantir a retomada do setor hoteleiro.


Palestra analisa uso dos dados em empreendimentos hoteleiros

Seguindo a programação 1º Encontro Anual da ABIH-SP, o painel Como usar os dados para alavancar as vendas do seu hotel – com participação de Maria Ulrich, diretora de vendas da Reviewpro; Simone Maehata, gerente de Experiência do Cliente da Accor, e Sylvio Ferraz, diretor executivo de Produtos Internacionais da CVC Corp – discutiu a utilização dos dados para maximizar as vendas de empreendimentos hoteleiros e estreitar a comunicação com clientes. O debate foi mediado por Marcos Vilasboas, CEO da Astron Hotéis.

Em sua participação, Maria falou sobre os critérios que influem na decisão de compra do cliente, entre eles a reputação online, que tem se destacado como um dos fatores que mais refletem no faturamento dos hotéis.
“Depois de vários estudos, identificamos que a satisfação do cliente baixou, de 2019 até 2021, sendo que as categorias mais afetadas foram Alimentos & Bebidas e, obviamente, a mão de obra. Então, por um lado temos um cliente cada vez mais exigente e tecnológico, que se adaptou à necessidade de digitalização da viagem, e por outro, temos hotéis visando o corte de gastos, e tudo isso reflete na experiência do cliente.”, afirmou.

Além disso, ela afirmou que, neste momento de retomada, é cada vez mais importante que os hotéis estejam presentes em todos os momentos da jornada do cliente, da reserva até o check-out.

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Palestrantes discutem uso de dados na hotelaria

Simone, por sua vez, afirmou que a Accor tem realizado grandes investimentos em tecnologia, no sentido de identificar pontos críticos da jornada do cliente e, assim, desenvolver soluções rápidas e eficazes. São estratégias low touch para facilitar a experiência

“Tem sido uma experiência positiva. Por mais que o cliente sinta falta do processo humano, ele se mostra satisfeito com os processos automatizados. Desde 2019, temos trabalhado com inteligência artificial, que entende o comportamento do cliente e, a partir disso, criarmos as ofertas certas para as pessoas certas”, ressaltou.

“Por exemplo, temos uma ferramenta que mapeia as preferências dos hóspedes, para entender individualmente o perfil de cada um e oferecer atendimento ainda mais personalizado em uma próxima hospedagem”, completa.

Em sua participação no evento da ABIH-SP, Ferraz falou sobre os investimentos da CVC Corp nos dados. “Temos investido em uma visão 360, analisando o comportamento do mercado de cada hotel, a fim de conectar esses dados com os nossos clientes. Todo esse investimento tem aumentado consideravelmente nosso número de conversões e, diante disso, esperamos maximizar estes investimentos nos próximos anos”, destacou.


Cenário da hotelaria paulistana é debatido em encontro da ABIH-SP

Dando continuidade à programação do 1º Encontro Anual da ABIH-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em São Paulo), aberto hoje (6), aconteceu o painel Futuro da Hotelaria na cidade de São Paulo, contando com a presença de Fernando Guinato, vice-presidente da ABIH-SP e gerente geral do WTC Sheraton Hotel; Toni Sando, presidente do São Paulo Convention Visitors & Bureau; e Armando Júnior, secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Paulo.

No início da palestra, Júnior afirmou que os setores mais atingidos pelos efeitos da pandemia na cidade foram o de gastronomia e eventos, ressaltando a importância do aumento do ritmo da vacinação para a retomada. “É justamente a vacinação que faz com que São Paulo possa ter eventos, como tivemos a Fórmula 1. Olhando outros estados, vemos que em muitos deles o percentual de vacinados não chega a 50%, e são destinos com grande potencial turístico, que emitem bastante turistas para São Paulo. Por isso, é importante também para nós que esses estados acompanhem o nosso ritmo”, pontuou.

Ele ressaltou ainda que a cidade tem um vasto calendário de eventos – que devem alavancar o setor – para 2022, e que até então o carnaval da cidade está mantido. “Acredito que, com o cumprimento dos protocolos sanitários, possamos voltar a ter nosso carnaval de rua, que hoje é o maior do Brasil”, ressaltou.

Em seguida, Sando comentou sobre as tendências do mercado na retomada, ressaltando o novo perfil do hóspede, a relação inflação x custos e a viabilização de mão de obra qualificada, um dos principais desafios do setor neste momento.

“Para o ano que vem, temos vários eventos previstos para janeiro, fevereiro e março. O que não podemos é estagnar. Historicamente, vemos que após toda grande pandemia, as pessoas foram tomadas por um estado de euforia, o que, para o momento atual, pode representar perigo. Por outro lado, se esta variante não for tudo que esperamos que ela seja, o turismo não vai retomar, ele vai renascer. Porque o pós-pandemia é um momento de grandes oportunidades para o setor”, disse.

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Sando destaca perspectivas positivas para o setor no pós-pandemia

“Essa é a grande oportunidade que temos de olhar para a frente e prosperarmos. E para que isso aconteça, precisamos trabalhar fortemente, e de forma conjunta, para criar um mundo cada vez melhor e cada vez mais seguro”, destacou.

Júnior afirma que 2022 será um ano de grande evolução, com a retomada de eventos e a viabilização de diversos investimentos no setor.

(*) Crédito das fotos: Lucas Barbosa/Hotelier News