Foi oficialmente aberto há pouco, com a presença de autoridades e membros do trade paulista, o 1º Encontro Anual da ABIH-SP. O evento está sendo realizado no WTC Sheraton Hotel, na capital paulista, e conta com uma programação de debates sobre diversos temas relevantes relacionados ao segmento.

O encontro foi aberto por Manoel Linhares, presidente da ABIH Nacional, que completou 85 anos de atuação neste ano; Ricardo Roman Jr., presidente da seccional de São Paulo; Fernando Guinato, vice-presidente da entidade e gerente geral do hotel anfitrião; Toni Sando, presidente da Unidestinos e do São Paulo Convention Visitors & Bureau; Affonso Massot, secretário executivo de Relações Internacionais do Governo de São Paulo; e Herculano Passos, deputado federal.

Roman Jr. saudou os presentes e ressaltou a importância do trabalho da diretoria da ABIH-SP nas tomadas de decisão da entidade. “A ABIH-SP não é feita por uma pessoa só. Todas as ações durante a pandemia foram resultado de reuniões semanais que realizamos para discutir os rumos da hotelaria. O evento de hoje trata da superação, pois esta foi a maior e mais prolongada crise que sofremos nas últimas décadas”, afirmou.

Roman Jr. presta homenagem a integrantes da diretoria da ABIH-SP

O presidente da associação destacou também o processo gradual de retomada do setor, com empreendimentos registrando evolução nas taxas de ocupação e aumentando receita. Por outro lado, afirmou também que ainda há um longo caminho a ser trilhado. “A conta não está fechando, a diária média precisa aumentar para acelerar este processo, porque a inflação está refletindo negativamente nos nossos resultados”, pontuou.

Linhares, por sua vez, ressaltou a importância do apoio da bancada federal e da necessidade de aprovação da nova Lei do Turismo. “Chegou a hora da união, de mostrarmos a nossa força, apoiando quem está junto do nosso setor, que só vende alegria para as pessoas”, disse.

Sando destacou a importância da atuação das associações. “Nós entendemos que a representatividade é fundamental para a sobrevivência e continuidade dos negócios. Um convention forte, por exemplo, é uma hotelaria forte. Por isso, estamos sempre buscando parcerias para promover nosso destino, para mostrar o quanto São Paulo é fundamental nessa retomada do desenvolvimento econômico”, explica.

Massot falou do novo momento da hotelaria e do turismo, com diversas oportunidades neste período de retomada. “Parabenizo a ABIH-SP por se mostrar atenta às tendências do mercado e por prezar pela união das lideranças do setor, o que é muito importante neste período”, afirma.

Ao fim da cerimônia de abertura, Passos mencionou os esforços das entidades paulistas no combate à pandemia, além de citar a importância de ações como a legalização dos cassinos, alvo de diversas discussões em Brasília. “Iremos pautar essa matéria ainda este ano e temos boa expectativa de aprová-la, pois trata-se de uma luta de muitos anos”, destacou, acrescentando também o papel do novo Fungetur (Fundo Geral do Turismo), aprovado na Câmara dos Deputados semana passada.

Homenagens

Após a abertura, Roman Jr. homenageou Linhares e Passos, entregando troféus de reconhecimento pela atuação das autoridades neste processo de reestruturação da hotelaria após a crise sanitária. Ele ressaltou ainda que as ações durante o período mais crítico da pandemia tiveram papel fundamental para que os indicadores voltassem a reagir positivamente.

Linhares recebe homenagem da ABIH-SP

ABIH-SP: painel avalia desempenho do setor

Dando continuidade à programação do evento, Roberto Gracioso, diretor da ABIH-SP, apresentou o painel Performance da Hotelaria Paulista, no qual compartilhou diversos dados sobre o desempenho do segmento no estado.

O primeiro indicador analisado foi taxa de ocupação, iniciada em julho de 2020. De acordo com a pesquisa, o índice sofreu diversas oscilações entre 2020 e 2021, registrando os melhores resultados em outubro deste ano.

Em relação às diárias médias, o palestrante apontou que a curva possui variação positiva, ainda que menos expressiva. O RevPar, por sua vez, também passou por oscilações e ainda está se recuperando.

“Essas curvas durante a pandemia fizeram com que os hotéis tivessem impactos significativos na receita, com cancelamento de eventos, limitação de acesso a restaurantes, piscinas e demais espaços, o que obviamente refletiu na percepção do hóspede. Além disso, há o impacto negativo das remarcações de eventos, visto que se trata de uma receita que não será auferida no futuro”, afirmou.

Gracioso analisa desempenho da hotelaria

Ainda segundo os dados, atualmente há cerca de 5,25% de UHs que ainda estão inoperantes devido às restrições impostas pela pandemia.

Tendências

Neste panorama, Gracioso apresentou algumas tendências para a hotelaria, entre elas o crescimento do modelo home office e homeschooling, a preferência por viagens domésticas de até 400 quilômetros, que representa cerca de 55% da demanda.

Além disso, a preferência por novos destinos – praia, resorts all inclusive e com boa internet – é outra tendência crescente. Ainda de acordo com os dados apresentados pelo palestrante, essas viagens curtas são utilizadas pelos turistas como forma de mensurar os riscos de contágio.

“Em relação ao corporativo, tivemos um novembro muito bom, mas é importante lembrar que os primeiros meses do ano normalmente têm baixo desempenho neste segmento. Com a retomada, tanto dos eventos quanto das viagens, possivelmente percebamos diminuição no home office com o aumento da malha aérea”, disse.

“Entre os desafios, temos também a questão do CRM no sentido de fidelizar o cliente, respeitando a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), e a recuperação das diárias médias, visto que temos observado uma grande guerra tarifária neste momento de recuperação”, finalizou.

(*) Crédito das fotos: Lucas Barbosa/Hotelier News