O aparecimento da variante Ômicron e o aumento considerável do número de casos de Covid-19 tem sido motivo de preocupação no Brasil, que tem buscado formas de coibir grandes aglomerações para evitar uma nova onda da doença. Após adotar medidas restritivas no Réveillon, o Rio de Janeiro também optou por não realizar seu tradicional Carnaval de rua. O anúncio foi feito ontem (4) pelo prefeito Eduardo Paes, que aproveitou o momento para confirmar, por sua vez, que os desfiles na Sapucaí estão mantidos, revela o G1. A ABIH-RJ (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro) manifestou apoio à decisão.

Alfredo Lopes, presidente do conselho da entidade e do HotéisRIO (Sindicato dos Meios de Hospedagem do Rio de Janeiro), afirmou à reportagem do Hotelier News que a medida já era esperada, dado o cenário de incertezas proporcionado pela pandemia ainda em curso.

“O crescimento dos casos de Covid-19 vem alarmando o mundo inteiro e aqui no Rio de Janeiro não é diferente. Então acredito que é uma decisão prudente e necessária, pois precisamos respeitar o que manda a ciência”, ressaltou.

Em nota, o Rio Convention & Visitors Bureau também manifestou seu apoio ao cancelamento da folia. “O Rio Convention & Visitors Bureau apoia a decisão da prefeitura do Rio de cancelar o Carnaval de rua na cidade, diante do aumento no número de casos de Covid-19. É preciso prezar, em primeiro lugar, pela segurança sanitária de cariocas e turistas”.

A ABIH-RJ ainda ressalta a relevância da festa para o turismo. “Reconhecemos, entretanto, que as mudanças na festa geram um impacto grande para o setor de turismo e para toda a economia carioca. O último Carnaval antes da pandemia, em 2020, trouxe mais de dois milhões de turistas para o Rio de Janeiro e resultou em uma movimentação econômica de R$ 4 bilhões”.

ABIH-RJ: cancelamento não deve afetar ocupação hoteleira

Lopes destaca ainda que a decisão não deve afetar negativamente a ocupação dos hotéis da capital fluminense. “Em 2021, também não tivemos Carnaval e o Rio de Janeiro teve ocupação média de 80%, ou seja, as pessoas vêm ao Rio buscando o que a cidade tem, suas opções de entretenimento e pontos turísticos, que são vários. Então acredito que vale a pena postergarmos um pouco esse grito de carnaval, para que possamos realizá-lo garantindo a segurança de todos”, finaliza.

As prefeituras de Maricá e Niterói, na região metropolitana do Rio, aproveitaram o ensejo para comunicar que as cidades também não terão Carnaval de rua.

(*) Crédito da foto: Poswiecie/Pixabay