A pandemia segue cobrando um preço da hotelaria. Em fevereiro, plena alta temporada em condições normais, a segunda onda brecou a “respirada” que o segmento vinha tendo na capital baiana. A queda de 23,8% (comparação anual) no volume de passageiros do Aeroporto Internacional de Salvador só reitera as dificuldades causadas pelo Covid-19. Com isso, a ocupação ficou bem inferior à média dos últimos 10 anos, além de ter recuado frente ao mês anterior. A mesma coisa ocorreu com os demais indicadores medidos pela ABIH-BA.

Em um fevereiro marcado sem o tradicional Carnaval baiano, Salvador registrou ocupação de 42,51%, decréscimo de 21,6% frente a janeiro e de 39,7% em relação a igual período de 2020. Como citado, o indicador ficou ainda abaixo da média de 61,5% obtida nos últimos 10 anos. Na mesma base de análise, a diária dos hotéis soteropolitanos caiu 5,42% e 39,7%, respectivamente, para R$ 351,63. Com o recuo nas duas métricas, o RevPar teve variação negativa de 25,8% na comparação mensal e de expressivos 52,6% na anual – similar aos piores momentos da crise.

De acordo com Luciano Lopes, presidente da ABIH-BA, a segunda onda da pandemia e a lentidão no acesso às vacinas frustraram a esperança de retomada do turismo no verão. “Para se ter uma ideia, só nos cinco dias de Carnaval o faturamento dos hotéis de Salvador costumava girar em torno de R$ 156 milhões, com ocupação de 95% e picos de até 100%”, diz o saudoso dirigentes.

ABIH-BA: ano perdido?

A fala de Lopes vai de encontro com a de Pedro Cypriano ontem (4) ao Hotelier News. Para ele, a tão sonhada retomada dificilmente ocorrerá ainda este ano, o que acende o alerta da hotelaria baiana. “Após um ano de pandemia, a hotelaria acumula perdas significativas. Com o agravamento da crise sanitária e o aumento das restrições ao funcionamento da cidade, as dificuldades deverão aumentar com novas perdas de emprego que haviam sido recuperados com a ligeira retomada da atividade a partir de setembro de 2020”, lamenta Lopes.

“A ABIH-BA continua ativamente buscando alternativas para minimizar os efeitos da pandemia com foco na recuperação dos hotéis, manutenção dos empregos e sustentabilidade dos negócios. A situação é extremamente crítica e os prejuízos causados pela pandemia vão ficar marcados na história. Ainda assim, a esperança de dias melhores é o combustível para continuar lutando pelo setor, tão importante para a Bahia”, finaliza.

(*) Crédito da capa: digasalinas/Pixabay