Nos últimos dois anos, devido à crise sanitária, “protocolos de segurança” definitivamente foi uma das expressões mais usadas pela hotelaria. Por outro lado, o conceito de segurança hoteleira vai muito além do trinômio máscaras, álcool em gel e distanciamento social. As equipes precisam estar atentas a diversas situações nos empreendimentos. E, pensando nisso, dois hotéis Hilton do Rio de Janeiro – Copacabana e Barra da Tijuca – participaram de um treinamento voltado exclusivamente para o setor.

O curso foi ministrado por Otavio Novo, consultor e idealizador do projeto Novo8; e Inbal Blanc, especialista em segurança hoteleira. Na ocasião, participaram profissionais da Haganá, que faz a segurança nos hotéis, além dos demais colaboradores das duas propriedades.

“A empresa de segurança teve essa ideia e, com isso, fizemos cerca de oito sessões de treinamento, criando interação entre equipe de segurança e colaboradores. Nas aulas, abordamos temas como o histórico da segurança hoteleira no Brasil e no mundo, riscos no ambiente dos hotéis, além de conceitos de segurança com relação a criminalidade, controle de acesso, entre outros pontos”, afirmou Novo em entrevista ao Hotelier News.

Segurança Hoteleira - Otavio_Novo

Novo: entender as necessidades do setor é fundamental nas estratégias de segurança

“Muitas pessoas às vezes não têm noção dos perigos e riscos. Então, essa capacitação foi interessante para que todos pudessem se ambientar adequadamente”, completa.

Importância da iniciativa

Blanc destaca que capacitações como essa são importantes para garantir que as estratégias de segurança nos hotéis sejam efetivas. “Depois da pandemia, toda essa questão ficou ainda mais em evidência. O hóspede fica preocupado com os pequenos detalhes. Em paralelo a isso, o crime aumentou consideravelmente, principalmente em áreas turísticas”, explica.

“Dessa forma, é muito importante conseguirmos identificar o que é suspeito e o que não é. O que fizemos no Rio foi treinar as equipes de forma tanto teórica quanto prática, mostrando como fazer segurança hoteleira”, acrescenta.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, Amir S. Aharon, diretor da Haganá Rio, reforça a importância da iniciativa.

“Conseguimos fazer todos trabalharem de forma conjunta, e isso foi extremamente importante para que o treinamento tivesse o sucesso que esperávamos”, afirma Aharon.

Perspectivas dos hotéis

Segurança hoteleira - Cláudio_Rocha

Rocha: momento exige novas habilidades

Em conversa com nossa reportagem, Claudio Rocha, gerente de Segurança do Hilton Barra da Tijuca, destacou que o momento é de oportunidade, porque em muitos casos as empresas de segurança não acompanham as necessidades dos hotéis.

Segundo ele, o olhar precisa ser bem mais criterioso para saber quem está circulando pelas propriedades, visto que os empreendimentos possuem muitas áreas comuns, com grande fluxo de hóspedes, clientes e prestadores de serviços.

“Percebo que isso melhora a atitude do profissional durante a interação com os hóspedes, aprimorando o controle de acesso de pessoal”, avalia.

Rafael Alves, que ocupa a mesma função na unidade Hilton de Copacabana, explica que o dia a dia dos hotéis é imprevisível, com diversas situações novas. “Cada dia é diferente, e por isso fizemos essa ação de forma específica”, acrescenta.

O curso foi dividido em momentos teóricos (conceitos de segurança hoteleira) e práticos, simulando situações de risco nos hotéis, desde agressões, furtos, entre outras ocorrências, para que os profissionais estejam mais preparados para agir rapidamente.

Segundo Novo, a ideia é expandir a iniciativa para outros hotéis. Para isso, o profissional afirma que o projeto de capacitação já foi apresentado à ABIH Nacional e ao FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil).

(*) Crédito da capa: Reprodução/Ebssa

(**) Crédito das fotos: Arquivo pessoal