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Na última sexta-feira (2), a HSMAI Brasil (Hospitality Sales & Marketing Association International) promoveu o 7º TMMs Summit, encontro exclusivo para buyers focado em eventos e viagens corporativas, no Royal Palm Hall, em Campinas, interior de São Paulo. Com o tema R’evolução, 200 profissionais se reuniram para debater as projeções para o próximo ano.

O evento colocou a IA (Inteligência Artificial) no centro da discussão, destacando seu potencial para transformar a forma como os eventos e viagens são planejados e executados. Além da tecnologia, outro ponto abordado foi a importância da interação entre as gerações. A experiência e o conhecimento dos profissionais mais experientes, combinados com a inovação e a adaptabilidade dos mais jovens, são fundamentais para que os profissionais do setor possam aproveitar ao máximo as oportunidades que a IA oferece.

“Acreditamos que a HSMAI Brasil tem o propósito de conectar profissionais, promover o debate e fomentar o pensar estratégico no setor de viagens e eventos. É um evento de esforços conjuntos, sempre em um ambiente isento e descontraído. Estamos confiantes de que, juntos, construiremos um futuro ainda mais promissor para o nosso mercado”, comentou Gabriela Otto, presidente da HSMAI Brasil e Latam.

Na abertura do encontro, Gabriela explicou o impacto e a importância no país e no mundo da HSMAI, que comemora 10 anos no Brasil este ano. “Estamos muito felizes de comemorar o sétimo ano do evento aqui, contribuindo com a indústria brasileira de viagens e eventos e incentivando o pensamento estratégico”, completou.

Todo o conteúdo foi idealizado e construído pelo board corporativo da entidade, composto exclusivamente por gestores de viagens. “É um evento deles para eles”, finalizou a executiva. O evento também recebeu o certificado de neutralização de carbono, com 2 mil kg de CO₂.

Alexandre Correa

Correa analisou as diferenças geracionais

Conectando gerações e gerando conexões

Alexandre Correa, palestrante TEDx, CEO da Mind Pesquisas, professor da FGV e escritor, foi convidado ao palco para a palestra Conectando gerações e gerando conexões. Destacando que nunca tivemos tantas gerações coexistindo ao mesmo tempo no Brasil, o profissional explicou as características de cada uma delas – Silenciosa, Baby Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z.

Com diferenças claras de contexto histórico e ambições, as diferentes gerações passaram e passam por desafios distintos, causando estranheza na convivência de cada uma delas. “Apesar disso, a inconformidade de cada uma levou a revoluções na humanidade”, enfatizou Correa.

O especialista também observou as diferenças na percepção de viajar entre as gerações:

  • Geração tradicionalista Silenciosa – viajar era um ônus
  • Baby boomers – um bônus tardio
  • Millennials – uma necessidade;
  • Geração Z – uma prioridade. Ou seja, um público muito forte a ser explorado, sempre focando na personalização.

Conflitos de gerações nas viagens e eventos corporativos

Para discutir sobre os aspectos relacionados à gestão de equipes multigeracionais e à promoção de políticas inclusivas, Luana Nogueira, diretora executiva ALAGEV; Rafaella Haak, analista sênior de Viagens na China Three Gorges Brasil Energia – CT; Tatiana Previatti, coordenadora de Eventos da EMS; e Fernando Cavalheiro, CEO da CEP Transportes, subiram ao palco.

Luana levantou a questão dos conflitos geracionais nas empresas. Cavalheiro destacou a importância de trabalhar com pessoas eficientes. “Na empresa, nós temos uma diretora com 24 anos e um com 58. O importante é a entrega no final e a troca que podemos ganhar uns com os outros”. Já Tatiana enfatizou a importância de conversar e expor exemplos práticos para melhorar processos e Rafaella falou sobre a necessidade de entender as expectativas de diferentes gerações e criar um mix de soluções para atender a todos e aderir às políticas da empresa.

A diretora da ALAGEV apontou a importância de equilibrar custo e satisfação do viajante, especialmente com um público tão diverso. ”Como garantir a satisfação do viajante tendo um público tão diverso?”, instigou. Tatiana observou que as políticas de viagem estão em transição, e embora seja difícil fugir das regras tradicionais, é possível justificá-las e adaptá-las. Trabalhar com dados, comunicação transparente, compromisso com a diversidade e inclusão, e ferramentas tecnológicas para facilitar a gestão são exemplos de possibilidades sobre como melhorar a experiência do viajante.

O executivo concluiu que cabe à liderança identificar e promover a disrupção necessária para avançar nessas questões. Luana ressaltou a importância da personalização, não apenas nos serviços externos, mas também no tratamento do público interno da empresa.

Eventos como ferramenta de marketing

Para discutir a importância dos eventos como aliados às estratégias do Marketing, Leandro Souza Ferreira, supervisor de Marketing DSM-Firmenich convidou Juliana Patti, Regional head Of Event & Disclosure Management na Bayer; Vivian Nesti, gerente Nacional de Trade Marketing da Ypê e Raffaele Cecere, sócio- proprietário do Grupo R1 ao palco.

O ROI (Retorno sobre o Investimento) é uma métrica fundamental para avaliar a eficácia de um evento. Afinal, é preciso justificar investimentos, otimizar recursos e melhorar a tomada de decisão. O futuro pertence aos eventos cada vez mais estratégicos.

Ferreira destacou que o marketing está deixando de ser operacional e se tornando mais estratégico, passando de fornecedor a parceiro. Juliana mencionou que a área de eventos mudou seu posicionamento para vender agilidade e valor agregado, sendo uma importante ferramenta de marketing para ativar a oferta de produtos. “É importante conseguirmos atuar estrategicamente e ter fornecedores como parceiros bem treinados para garantir assertividade nas propostas e melhores resultados”, completou.

Vivian afirmou que os eventos precisam gerar negócios para a empresa e destacou a importância de conectar a estratégia da companhia aos eventos e mensurar resultados, como novos clientes e vendas, para comprovar o sucesso da participação e o retorno para a empresa. “Contra fatos não há argumentos. Para você saber se o seu evento teve resultado, é importante ter dados que apresentem isso”, finalizou.

Para completar, Cecere mencionou que estamos passando por uma revolução e que a forma de atender o cliente e entregar novas experiências é fundamental. “O espaço todos têm, mas o diferencial está na experiência oferecida”.

Souza - palestrante

Souza falou sobre os impactos da IA nos negócios

Inteligência Artificial e as viagens e eventos corporativos

Edney ‘Interney’ Souza, palestrante e professor, apresentou o impacto da IA nos negócios, viagens e na vida cotidiana. Ele explicou que a IA é uma tecnologia em desenvolvimento há muito tempo e que seu momento de explosão chegou. “São muitas áreas de aplicação que já podemos ver, como medicina, farmacêutica, finanças, varejo, telecomunicações e logística”.

O palestrante enfatizou a importância dos prompts na IA, explicando que comandos simples não geram respostas complexas e que é necessário desenvolver uma biblioteca de comandos para maximizar a utilidade da IA. Souza finalizou dando exemplos práticos e interessantes sobre como o ChatGPT ou Gemini podem auxiliar o dia a dia de um gestor de viagens.

Rogério Miranda, CEO da Inteegra, mediou a palestra e trouxe soluções da IA para eventos, como a promoção de conexões entre participantes e a utilização de mapas de calor para identificar interesses específicos. Ele também falou sobre avatares de IA, que não são apenas virtualmente próximos à humanização, mas também capazes de dar respostas inteligentes alinhadas às características de cada empresa. “Devemos utilizá-la não como ameaça, mas algo que pode facilitar o nosso dia a dia”.

Após o painel, Karla Fidelis, Inteligência em Eventos na Lett; Luiz Silva, diretor executivo Upscale Live Marketing; Décio Sampaio, diretor da Flex Interativa; e Julia Brito, Latam Mkt & communications sourcing leader na Cargill foram convidados ao palco.

Karla destacou que 72% das empresas no mundo usam IA em seus procedimentos, ressaltando como essa tecnologia facilita a execução das atividades. Sampaio mencionou que muitas empresas já fazem uso de chatbots e reconhecimento facial para personalizar a jornada do participante em eventos, agilizando o check-in e aumentando a segurança. “A IA pode ser usada também para sugerir rotas alternativas e soluções preventivas para evitar problemas”, completou.

Julia reconheceu o potencial da IA para auxiliar nas operações, mas destacou o desafio de integrar essa tecnologia em compras e comunicar seu valor aos stakeholders. “É uma grande oportunidade das agências parceiras nos mostrarem soluções utilizadas por elas pela IA que resolvem o nosso problema”, completou.

Karla levantou a questão da segurança de dados ao usar IA, questionando como as empresas estão garantindo a proteção das informações. Sampaio respondeu que quando o serviço é fornecido por uma plataforma própria, o controle de dados é maior, pois a empresa conhece suas aplicações, servidores e sistemas de segurança. “A prioridade é na segurança dos clientes e a transparência é o ponto-chave dessa relação”, finalizou.

Silva, que tinha abordado a importância de aumentar a produtividade das equipes usando IA para a criação de roteiros, diminuindo a chance de erros e facilitando ajustes rápidos, complementou afirmando a importância de transmitir apenas as informações necessárias, sem liberar conteúdo desnecessário, para garantir a segurança e eficiência.

(*) Crédito das fotos: Divulgação/HSMAI Brasil