Trícia Neves
(foto: divulgação/B4T)

As transformações que estamos assistindo no comportamento dos consumidores estão revolucionando a forma como as marcas e empresas fazem negócios. Ao colocar o cliente no centro das suas decisões, transformando o serviço em aspecto de alto valor em todo tipo de indústria, é inadiável repensarmos os modelos de gestão das pessoas, que são, afinal, os grandes representantes de cada marca.

Na era da revolução humana, da relação H2H (Human to Human), o que conta é a experiência única que cada pessoa vive ao entrar em contato com um produto ou serviço. E para entregar esta autenticidade necessária é preciso ter pessoas com poder de ação. Os ambientes e práticas antigos não nos levarão à novos lugares e é urgente olharmos para este tema e permitirmos que a transformação aconteça dentro dos nossos negócios.

Alguns elementos são essenciais para esta jornada:

1. Repense o propósito da sua empresa: “ser a melhor rede hoteleira” não move time nenhum. Por que a empresa existe? O que acreditam seus fundadores? Qual impacto querem gerar para as pessoas (clientes, colaboradores, acionistas, fornecedores, todos!)? Estes valores organizacionais devem direcionar a tomada de decisões, refletir nas atividades, na forma de comunicação, nas relações e precisam estar na prática, não em um quadro na parede.

2. Contrate pessoas que compartilhem do seu sonho: o processo de seleção de novos colaboradores deve avaliar atitudes, comportamentos e conhecer o sonho de cada candidato. Dois diplomas de MBA não agregarão mais valor para a sua empresa do que alguém que acredite no seu propósito e tenha atitude adequada para contribuir na sua realização. Pense nisto.

3. Permita que as pessoas estejam onde elas possam ser o seu melhor: contribua para a evolução do time e permita que os aprendizados os levem para onde possam executar sua atividade com paixão. Entenda que cada ser é único e carrega consigo uma história de vida que precisa ser valorizada.

4. Tenha líderes facilitadores: a hierarquia está sob análise em diversas linhas de gestão para empresas modernas. De qualquer forma, enquanto ela existe por aqui, precisamos de líderes à serviço do time, sentindo as suas necessidades e contribuindo com ferramentas e recursos para que evoluam. A prática de feedback deixa de ser em reuniões anuais e é incorporada no dia-a-dia, promovendo trocas de aprendizados e melhora nas atividades.

5. Garanta um ambiente que permita o erro: ambientes que promovem o medo travam o time e impedem as oportunidades de inovação e transformação. Incentivar o risco, a experimentação, a prototipagem e o novo exige uma gestão que conhece os benefícios de testar, errar, aprender e acertar.

6. Repense as estruturas: apesar de conhecermos a estrutura arcaica das leis trabalhistas do país, convidamos os gestores a pensar nas possibilidades para transformar as posições permitindo que elas sejam mais atrativas aos colaboradores. Será que é possível ter recepcionistas que trabalham somente de segunda à sexta e outros que trabalham somente final de semana? Por que não?

Garantir uma empresa moderna que seja interessante aos clientes e acionistas requer uma nova forma de gerir, começando pela forma como engajamos nossos times em um mesmo propósito.
Não é tarefa simples, mas a transformação não é opcional. É urgente avaliar e repensar a forma de fazer antes de nos tornarmos somente história. Ou a sua empresa pretende ser a próxima Kodak?

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*Trícia Neves é sócia-diretora da Mapie, empresa que elabora, implanta e desenvolve processos de gestão, além de pensar estrategicamente na estruturação e criação de novos negócios. Pautada pela integridade, ética, transparência e sustentabilidade, apresenta em sua plataforma de gestão metodologias sólidas e inovadoras. O conhecimento organizacional e a otimização dos recursos humanos e financeiros são facilmente demonstrados através da verificação dos resultados alcançados, os quais norteiam seu modelo de remuneração. 

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