Para finalizar o ano reunimos as matérias da Retrospectiva Hôtelier News 2009 nesta especial. Para ler as principais notícias dos últimos 12 meses basta clicar nas fotos.
 
Entre cada um dos blocos das imagens, publicamos os depoimentos das principais entidades do trade, representados por seus executivos.
 
Aproveitamos para desejar uma boa passagem de ano e que 2010 o receba da melhor forma possível para o nosso aprendizado aqui neste planeta. E por falar na Mãe Terra, sugerimos que você encontre uma nova forma de ajudar na sua preservação e recuperação!
 
Feliz Planeta Novo!
(Peter Kutuchian)
 
 
Janeiro 
  
  
 
Depoimento de Annie Morrissey, presidente do São Paulo Convention & Visitors Bureau:
 
“O ano de 2009 marcou a posse da nova diretoria do SPCVB. Quando assumi a presidência, em fevereiro, tinha um grande desafio pela frente – manter os bons índices apresentados pela gestão de Orlando de Souza e consolidar São Paulo como um dos principais destinos de negócios da América Latina”, diz.
 
“Com muito empenho da equipe da entidade as boas notícias sempre surgiam – mais eventos para a cidade, novas parcerias, crescimento de associados, profissionais capacitados. E a cereja do bolo chegou em maio, com a confirmação da 12ª colocação no ranking ICCA – International Congress & Convention Association. Foi a melhor colocação de São Paulo na história, que colocou a metrópole no topo do mundo do ranking de eventos.”
 
E destaca, “não paramos por aí. Lançamos o Projeto Destinos, que divide a cidade em ‘fatias’ e segmenta a divulgação dos atrativos de cada região da metrópole para o visitante de negócios. Contribuímos para a vinda da Convenção Mundial do Rotary em São Paulo em 2015, com a presença de mais de 40 mil participantes do mundo todo. E ainda marcamos presença nas principais redes sociais.”
 
Novos rumos em 2010
Segundo Annie mesmo com as turbulências da crise mundial, o ano de 2009 fecha com números positivos. “Registramos um crescimento no número de eventos captados e apoiados – 25% de eventos a mais no calendário da cidade, 525 associados mantenedores, mais de 10 mil profissionais capacitados. Com tantos números positivos, podemos vislumbrar um 2010 ainda melhor. Vamos arregaçar as mangas e trabalhar”, diz.
 
“Os números citados acima mostram claramente que soubemos lidar com o problema. Uma crise mundial nunca deixa de afetar a todos os segmentos e com o turismo de negócios não é diferente. Mas com muito trabalho e a experiência de anos, é possível enfrentar as turbulências e tirar pontos positivos dos problemas enfrentados. Buscamos novas oportunidades de negócios, novos nichos de mercado e conseguimos atrair ainda mais eventos para a cidade. Isso em meio à crise. Vamos aguardar um 2010 com mais eventos para São Paulo”, finaliza Annie.
 
Fevereiro

  
  

  

Depoimento de Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo:
 
“Apesar da crise econômica e da gripe suína, o setor saiu-se muito bem. Soubemos encontrar alternativas e, mais uma vez, vimos a importância que tem o turismo doméstico, juntamente com a América do Sul, e o turismo de negócios. Em São Paulo, por exemplo, cujas maiores vocações são o negócio, o evento e a cultura, trabalhamos com a junção desses segmentos e tivemos ótimos índices. Vamos fechar 2009 com um crescimento na arrecadação de ISS com a atividade turística de cerca de 5% e próximos da marca dos 12 milhões de turistas”, diz Carvalho.
 
Março

  
  

 
Depoimento de Viviânne Martins, presidente da Associação Brasileira de Gestores de Viagens (ABGev):
 
“Foi um ano muito diferente dos demais. Apesar da crise econômica ter sido relativamente curta, o mercado interno tem respondido de forma animadora. Percebo que as empresas deram uma renovada e estão dando muito mais importância as políticas de viagem em parcerias com agências de viagens”, diz.
 
“O que me alegra é que o mercado amadureceu em conjunto. Em nosso segmento houve redução do custo de viagem dos executivos e a mudança no hábito desse viajante, em compensação os clientes e fornecedores passam a criar novos mecanismos de atuação em ações conjuntas”, finaliza Viviânne.
Abril
  
  
 
Depoimento de Álvaro Bezerra de Mello, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH Nacional):
 
“A indústria hoteleira praticamente não sentiu a crise. Os hotéis de todo país, principalmente de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife, em 2009, trabalharam com uma taxa de ocupação que ultrapassou em cerca de 5% os índices de 2008. Creditamos ao turista nacional a responsabilidade por esse quadro favorável. Outro mérito vale as iniciativas do Ministério do Turismo, na pessoa de Luiz Barretto aproveitar para investir no mercado nacional com ações de marketing, como o Programa Viagem Mais, que entraram nos lares dos brasileiros e incutiram no inconsciente coletivo o desejo de viajar pelo país.”
 
E acrescenta, “em 2009, a ocupação da hotelaria nacional girou em torno de 80%. Para a alta temporada de 2010, excluindo as cidades focadas no turismo de negócios, a previsão é de uma excelente taxa de ocupação.”
“A ABIH Nacional encerrou o ano com vários projetos na área de sustentabilidade e capacitação profissional consolidados, com destaque para o projeto de Inclusão Social com Capacitação Profissional e parcerias com o Sebrae”, finaliza Mello.
 
Maio

  
  
 
Depoimento de João Moreira, presidente da Confederação Brasileira de Convention & Visitors Bureaux: 
 
“Os dados do ano ainda não foram fechados, mas de forma preliminar o segmento manteve-se em atividade plena e com expectativa de crescimento nas captações de eventos e nas ações de marketing dos seus destinos. Os eventos corporativos tiveram um número de cancelamento maior, mas atuamos com antecedência de um a cinco anos. Assim, os congressos profissionais e científicos ajudaram a manter a estabilidade”, diz João Moreira.

 

Junho
  
  
 
Depoimento de Norton Lenhart, presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS) e coordenador da Câmara Empresarial de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CET-CNC):
“O ano de 2009 foi de muito trabalho na manutenção do nosso setor e do turismo brasileiro, porém com um fechamento positivo e resultados satisfatórios. Arrisco dizer que foi bem melhor do que esperávamos em função da crise econômica mundial não ter obtido o efeito devastador que se antevia no país”, declara.
 
“Evidentemente alguns fatores levaram a isso, como o sistema financeiro brasileiro não estar atrelado ao sistema norte-americano, o governo ter mantido a atividade econômica funcionando e, acima de tudo, mantendo o crédito. Por sua vez, o Ministério do Turismo agiu e atendeu com eficiência e sabedoria aos anseios do setor empresarial desenvolvendo uma Campanha de estímulo e fomento do mercado interno e, graças a esse potencial, os brasileiros puderam conhecer melhor o seu país e as empresas continuaram funcionando e mantendo a empregabilidade.”
 
“Para 2010 temos uma grande expectativa. Segundo avaliação dos analistas econômicos, haverá um crescimento econômico em torno de 5%. Isso significa um crescimento extraordinário frente a uma época de pós crise, e que refletira positivamente no turismo brasileiro”, completa Lenhart.
 
Julho
  
  
 
Depoimento de Maurício Bernardino, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de São Paulo (ABIH-SP):
 
“Dois mil e nove foi um ano proveitoso para ABIH São Paulo. O número de associados cresceu mais que o PIB do Brasil”, brinca.
 
“Atingimos os objetivos propostos para 2009, inclusive manter a revista da entidade e fazer a festa de comemoração dos 60 anos.  Apesar de algumas decepções com o poder público, o relacionamento com os associados foi muito bom”, conclui Bernardino.

 

Agosto
  
  
 
Depoimento de Rafael Guaspari, presidente do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb):
 
“Para o Fohb, o ano foi extremamente positivo. Conseguimos desenvolver projetos e tivemos uma importante participação política junto a Câmara dos Deputados, a qual foi consolidada por meio da Carta de Salvador. Além disso, continuamos trabalhando forte com a Prefeitura de São Paulo na questão da regularização dos flats, que é extremante importante para a hotelaria da região sobretudo agora, que vamos sediar uma Copa. Também nos aproximamos de entidades como a ABIH Nacional, Resorts Brasil e MTur e Embratur, sendo os dois últimos órgãos que têm feito um trabalho extremamente competente para o desenvolvimento do setor”, declara.
 
Outro ponto abordado por Guaspari foi a mudança na diretoria executiva do Fohb, que era gerida por André Pousada e agora opera sob o comando de Ana Maria Biselli. “O André é um excelente executivo e, com sua saída, tivemos sorte de encontrar a Ana, que está completamente familiarizada com a entidade e já dá continuidade ao trabalho”, diz.
 
Por fim, o executivo faz um balanço da hotelaria em 2009. “No final de 2008, tenho que admitir que tive muito medo do que seria 2009. Contudo, o que observamos no ano foi um desempenho ‘mais ou menos’ para o segmento corporativo, um ótimo verão para os empreendimentos de lazer e uma queda maior nos hótéis especializados em eventos. No Brasil, registramos uma pequena queda de ocupação, uma leve alta alta na diária média e um incremento mínimo da RevPar, o que, dentro do contexto de 2009, foi muito bom”, encerra.

 

Setembro

  
  

 

Depoimento de Edmar Bull, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (Abav-SP):
 
“O ano de 2009 foi um ano de contrastes. O primeiro semestre destaca-se pelos reflexos negativos da crise, principalmente no primeiro trimestre, seguido pela gripe (H1N1) que trouxe uma demanda reprimida.

A partir de julho, a performance do mercado apresentou um crescimento vertiginoso, um tsunami de viagens tanto para o Brasil como no exterior. Os agentes de viagens se defrontaram com um novo perfil de clientes e mercado. Com isso, a perspectiva é que o ano feche com um saldo positivo.

A Abav-SP investiu forte em treinamento e capacitação profissional em 2009 e continuará nesta linha intensamente em 2010. Para o próximo ano, o clima é de otimismo em todos os segmentos de mercado do setor”, completa Bull. 

Outubro

  
  

 

Depoimento de Alfredo Lopes, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (ABIH-RJ):
 
“Posso afirmar que nossa cidade, principalmente levando em conta o setor turístico, melhorou consideravelmente. Tenho a percepção que estamos caminhando em direção ao ordenamento urbano, digno de uma cidade limpa e organizada. Claro que ainda estamos longe do ideal, e ainda temos um longo caminho pela frente, mas caminhamos passo a passo conquistando o Estado de ordem perdido ao longo do tempo”, diz.
 
“A sensação da melhoria da segurança no tocante ao turista é fruto da parceria do nosso setor com o poder público, que vem fazendo sua parte diariamente no combate à desordem, da ocupação irregular, beneficiando diretamente o turista. Podemos dar como exemplo levantamentos que apontam queda de até 17% no número de roubo a transeuntes em bairros como o Centro.
A atuação integrada dos hotéis com a ABIH-RJ e a Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat) também tem sido fundamental para a prevenção de delitos. Trabalhando de forma preventiva, somos a ponte com os órgãos de segurança, e esta ação foi facilitada pelo sucesso da Rede Integrada de Comunicação Turística, que, de forma ágil, passou a interligar também pontos turísticos e restaurantes aos hotéis e órgãos públicos.”  
 
“A entidade também continua agindo de forma contundente e efetiva em diversas frentes, orientando suas ações sempre embasadas em decisões emanadas nos fóruns de RH, Comercial e de Segurança e Recepção, que ganham mais força e adesão a cada dia, em prol dos interesses coletivos dos hoteleiros”, declara.
 
Conquistas
Ele destaca que em 2009 o Rio ainda teve outras grandes vitórias, como o lançamento do Porto Maravilha. “Mais que um grande investimento, que irá propiciar a revitalização da Zona Portuária, é uma verdadeira redenção da cidade do Rio de Janeiro, após vários anos vivendo à margem dos grandes aportes federais. Agora, as autoridades atuam em conjunto, efetivamente de forma a equiparar o Rio às cidades mais importantes do mundo.”

Lopes também acredita que os megaventos trarão novas oportunidades. “As Olimpíadas de 2016 será um divisor de águas para a história do Rio de Janeiro e do Brasil. Certamente, nos próximos anos até 2016, teremos muitas vitórias e avanços para comemorar. A Copa do Mundo de 2014 também será um importante alavancador de ações desenvolvimentistas de nossa cidade. As responsabilidades com a cidade se multiplicarão a partir de agora com a realização destes dois mega eventos de alcance mundial. Teremos muito trabalho, mas os frutos são imensuráveis.”

“O Rio de Janeiro nunca esteve tão bem posicionado na mídia internacional, e devemos aproveitar da melhor forma possível esta oportunidade. É evidente que a vitória não só do Rio, pois com tamanha visibilidade no mundo, todo o Brasil e vários outros setores produtivos serão beneficiados. Todas as ações mencionadas contribuem diretamente com a hotelaria fluminense e que a entidade tem ‘união’ como palavra de ordem para 2010, fundamental para vivermos os próximos anos consolidando as conquistas alcançadas”, finaliza Lopes.

Novembro
  
  
 
Depoimento de Rubens Régis, presidente da Resorts Brasil, que assume o cargo em 2010:

 
“Em dezembro de 2008 e janeiro de 2009 o dólar nos ajudou a ter um verão excelente, exceto em Santa Catarina, que teve problemas climáticos. O crescimento registrado na ocasião foi 15% superior ao mesmo período do ano passado. Já em fevereiro, notamos diminuição de reservas, principalmente no corporativos e em eventos.”
 
Neste momento foi que, segundo ele, a crise foi mais impactante. “Março ainda foi regular, abril foi caindo e maio e junho foram tenebrosos. Por conta disso, as expectativas para julho eram ruins – mas as projeções pessimistas não foram concretizadas. Naquele mês veio a lamentável gripe (H1N1) que acabou inibindo as viagens para o exterior e aumentou o movimento interno principalmente no Nordeste.”
 
A retomada não começou aí. “Agosto e setembro ainda foram ruins, mas em outubro e novembro os eventos e o corporativo voltaram a crescer e dezembro segue a mesma tomada”. De acordo com Régis, os resultados de 2009 vão empatar com 2008, “o que é excepcional, pois este ano conseguimos igualar com 2008 que foi um ano excelente”. Mas o profissional lembra que 2010 não deve começar tão bem. “Os empreendimentos estão com boa ocupação neste período de festas, mas a partir da segunda semana de janeiro a situação começa a complicar pois o dólar baixo favorece as viagens para o exterior”, completa.
 
Dezembro

  
  

 

Depoimento de José Eduardo de Souza Rodrigues, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos-SP (Abeoc-SP).

“Mesmo com a problemática da crise econômica mundial, o segundo semestre deste ano apresentou uma melhora no setor. O que notamos foi uma mudança na duração dos eventos, pois aqueles que aconteciam em uma semana, agora se concentram regionalmente com menor duração.”   

Rodrigues destaca que o perfil dos clientes também foi alterado. “Os clientes ficaram mais exigentes, as negociações se tornaram complexas e o custo está mais acessível. Notamos também que o poder público tem investido em ações de promoções dos destinos, fazendo com que o os equipamentos se tornem atrativos no mercado nacional e internacional”.

Ele aponta ainda que a crise foi um alavancador de oportunidades. “Percebemos o aparecimento de novas empresas e segmentos, e por este motivo é preciso capacitação. A vinda dos megaventos como Copa do Mundo de 2014, Olimpíadas e a Convenção do Rotary em 2010 – serão um chamariz para eventos de todos os portes. O que vale destacar é que as empresas que não se capacitarem com a exigência do mercado não conseguirão se destacar. No setor de eventos não existe espaço para amadores”, finaliza Rodrigues.