A companhia aérea italiana Alitalia, transportou papas e políticos, mas também esteve no centro de várias controvérsias, entrou em falência pela terceira vez em sua história de 70 anos. Agora, parece que as companhia aérea da Itália, muito dependente do apoio do governo, não pode mais contar com o apoio do público.

A situação, no entanto, não afetará os viajantes que reservaram suas viagens para a próxima temporada do verão europeu. Por enquanto, os negócios continuarão decolando, graças a um empréstimo de US$ 435 milhões do governo local, que deu um fôlego a companhia para encontrar um comprador.

Entretanto, existe uma incerteza sobre o futuro da empresa. Já em 2008, a Alitalia foi quase vendida para a Air France-KLM, mas o acordo não se concretizou. Seis anos mais tarde, a Etihad Airways concordou em comprar uma participação de 49% na companhia aérea, no entanto, a negociação não foi em frente em detrimento de restrições da Comunidade Europeia. Além disso, o governo italiano não tem interesse em nacionalizar a companhia aérea. Atualmente, o cenário mais provável é a fusão com outra companhia aérea da Europa, provavelmente a mesma Air France-KLM ou a Lufthansa.

Mas por que a Alitalia está com tantos problemas? A transportadora principal, como muitas outras, sofreu muito devido à ascensão de linhas aéreas de low cost nos últimos anos. Além disso, a queda da economia da Itália também foi uma das razões, assim como numerosos ataques terroristas na Europa. No entanto, o principal problema da Alitalia foi a sua incapacidade de reduzir custos. A última gota veio na semana passada, quando os empregados da empresa rejeitaram um plano maciço de corte de custos que exigiria quedas nos salários dos trabalhadores.

Mas a Alitalia não é a primeira transportadora nacional em uma situação tão desagradável. A principal companhia aérea da Hungria, a Malev Hungarian Airlines, parou os vôos no início de fevereiro de 2012 e foi declarada insolvente tendo sua liquidação decretada alguns dias depois. A Czech Airlines, da República Checa, quase seguiu o mesmo caminho, se não fosse pela Korean Air. A companhia aérea sul-coreana salvou a Czech Airlines ao comprar uma participação de 44% no negócio do governo checo em 2013.

Em 2009, o governo grego vendeu sua transportadora principal, a Olympic Airlines, para Greek Marfin Investment Group. A empresa foi revendida em 2012 para a também grega Aegean Airlines, que é atualmente uma subsidiária e companhia aérea regional.

A Espanha também teve seus problemas no setor de aviação. Em 2011, a companhia aérea espanhola Iberia foi comprada pelo grupo britânico International Airlines. A empresa passou por uma revisão completa. International Airlines Group fez uma aquisição semelhante em 2015, comprando a Irlanda Aer Lingus. A Lufthansa também fez várias aquisições similares. Em 2005, a gigante alemã comprou a Swiss International Airlines e, em 2009, concluíram o negócio para comprar a Austrian Airlines.

* Crédito da foto na capa: Pixabay/skeeze