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As versões menores das famosas galinhas do Carcará
(fotos: Priscilla Haikal)

Carcará é o nome como ficou popularmente conhecida a ave brasileira Polyborus plancus, uma espécie distante dos falcões, típica do sertão nordestino. Além de ser o tema da bela e marcante composição de João do Vale em parceria com José Cândido, sucesso na voz de Maria Bethânia, é a assinatura escolhida pelo artista plástico Gilberto Rodrigues, responsável por povoar as ruas do distrito pernambucano com galinhas feitas de materiais naturais.

“Quis substituir a tristeza que há no passado da região”, afirma Carcará, em referência à origem do nome do distrito de Porto de Galinhas. O local, situado no município de Ipojuca, região metropolitana do Recife, era um antigo ponto clandestino de comercialização de escravos. Eles viajavam escondidos embaixo de engradados de galinhas d’angola, motivo pelo qual sua chegada era anunciada com o grito ‘tem galinha nova no porto’. Por causa dessa prática, a praia antigamente chamada de Porto Rico ficou conhecida como Porto de Galinhas.

carcaraO artista no seu ateliê, rodeado por criações próprias

“A intenção foi valorizar uma parte lúdica da história para uma criar uma identidade visual local”, explica o artista. A ideia para criar as esculturas das aves surgiu pouco depois de Carcará voltar a morar em Porto de Galinhas, em meados de 1997. Feitas em troncos de coqueiros, as reproduções das galinhas podem ser encontradas em diversas partes do distrito, enfeitando hotéis, restaurantes e principalmente o centrinho local, chamado de Vila.

São diversos modelos produzidos, com obras que podem chegar a 1,60 metro de altura. Após o intenso crescimento da atividade turística em Porto – que atualmente é o quinto destino mais visitado no País -, as obras de Carcará ganharam fama mundial. Seu ateliê existe há mais de onze anos e se tornou ponto turístico visitado por viajantes brasileiros e estrangeiros, fazendo parte dos passeios indicados nos roteiros locais. O artista revela que recebe encomendas internacionais, de lugares como Paris e Polônia. Os preços das peças variam entre entre R$ 30 e R$ 1.500.

Serviço
www.ahpg.com.br
www.ipojuca.pe.gov.br

*A jornalista do Hôtelier News viajou ao Nordeste a convite da AHPG