A taxa de desemprego no Brasil subiu a 7,8% no trimestre terminado em fevereiro, após marcar 7,5% nos três meses anteriores, encerrados em novembro de 2023. É o que apontam os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada hoje (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No ano passado, o indicador fechou em 7,8%, menor taxa desde 2014.

Conforme o levantamento, a alta da desocupação foi provocada pelo aumento da procura por trabalho no início do ano, movimento que costuma ocorrer ao longo da série histórica, revela a Folha de são Paulo. Apesar do crescimento do desemprego, a taxa é a menor para o trimestre terminado em fevereiro desde 2015 (7,5%). O resultado veio em linha com a mediana das previsões dos analistas o mercado financeiro consultados pela Bloomberg, que apontava 7,8%.

Com a alta, o número de desempregados chegou a 8,5 milhões no período. O contingente era de 8,2 milhões nos três meses anteriores. Na série histórica comparável, esse foi o primeiro aumento do grupo desde o trimestre finalizado em fevereiro do ano passado.

Outros dados

Considerando as três diferentes séries da pesquisa, a alta do desemprego foi a primeira desde o período encerrado em abril de 2023, segundo o Instituto. Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, associou o avanço da taxa de desemprego ao retorno ao mercado de pessoas que, eventualmente tinham interrompido a busca por trabalho e voltaram a procurar uma ocupação nos meses iniciais de 2024.

“O resultado, de modo geral, reprisa movimentos registrados em anos anteriores”, destaca. O número de desocupados, por outro lado, ficou 7,5% abaixo do registrado no mesmo trimestre móvel de 2023 (9,2 milhões). A população desempregada reúne pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse grupo nas estatísticas oficiais.

A Pnad Contínua abrange atividades formais e informais, incluindo desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos. A população ocupada com algum tipo de trabalho foi estimada em quase 100,3 milhões até fevereiro. Assim, não apresentou variação estatisticamente significativa na comparação com o trimestre anterior (100,5 milhões), afirma o IBGE.

(*) Crédito da foto: Yanalya/Freepik