Brasília: o plano está em andamento
21 de setembro de 2010(foto: wikipedia.com.br)
Chananda Tubert, gerente de operações do Sonesta Brasília Hotel, o mais novo da cidade em sua categoria, é enfática ao defender a cidade. “É preciso parar de vincular Brasília aos maus políticos. A cidade tem toda uma riqueza histórica e arquitetônica, além de moradores muito receptivos e muitas opções de lazer”, destaca.
Chananda Tubert, do alto do Sonesta Brasília.
Ela nos recebeu durante nossa estada na cidade.
A viagem para a região central do país foi uma grata surpresa. Enquanto muitos acreditam que a cidade é um lugar onde não há absolutamente nada para se fazer, encontramos uma série de atrativos que – pasmem – contrastam entre si e dão um charme todo especial a cidade.
O Plano Piloto é extremamente limpo – quase sem sujeira no chão, pixações ou mau cheiro nas ruas – e serve como exemplo para as demais regiões do país. Por mais que pareça clichê, a educação no trânsito também salta aos olhos. Isso sem contar o fato da cidade ser um “museu a céu aberto” – aliás, que céu! Os moradores costumam dizer que “nosso céu é nosso mar”. Isso porque os prédios baixos – as torres residenciais não podem ter mais de seis andares de acordo com o Plano piloto – e a localização geográfica no Planeta, permite uma visão privilegiada para quem circula por aquelas bandas.
O
s cliques do hotel e do passeio você vai conferir nesta quinta-feira (23) na editoria In Loco Especial. Agora, vamos conferir os dados oficiais disponíveis sobre o turismo da cidade e declarações de quem vive nela.Por Aline Costa
“Uma das deficiências do turismo aqui em Brasília é a falta de dados oficiais. Estamos trabalhando junto a Secretaria de Turismo para estruturarmos uma unidade ‘observadora’ que compilará todos os dados do trade”, declara Plinio Mendes Rabello Jr, vice-presidente da ABIH de Brasília.
O Sonesta Brasília é o mais novo hotel
da cidade em sua categoria
Brasília recebe por mês um milhão de visitantes, dos quais cerca de 100 mil são turistas. Dados do CET-Unb, Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília, indicam que 3,4% dos turistas que vem à Brasília são estrangeiros.
A faixa etária e o grau de escolaridade mostra que tanto o turista que viaja a lazer quanto o que viaja a negócios é maduro e bem instruído.
“O nível de informação dos hóspedes é cada vez maior e o nível de exigência segue essa tendência. É necessário que a rede hoteleira se aprimore cada vez mais para fornecer um serviço a altura”, declara Plinio Mendes Rabello Jr, vice-presidente da ABIH de Brasília.
A média de gastos gira em torno de R$ 100 e R$ 300. Em uma cidade como São Paulo, por exemplo, esse valor pode chegar a R$ 500.
O transporte aereo é o mais utilizado por turistas para se chegar na cidade. O aeroporto de Brasília é o terceiro maior do país e em 2009 transportou cerca de 12 milhões de passageiros.
“A arquitetura moderna era feia antes de Brasília. O mundo inteiro tem inveja de nós”, declara Nicolas Behr, poeta que mora há 40 anos na cidade. Ele ressalta o fato da cidade ter sido toda desenhada com “linhas e água”.
“Saí do mato (Mato Grosso) para a maquete”, brinca.
Para ele, outro traço marcante da cultura de Brasília é a busca por uma história, uma base mística para dar suporte a cidade, embora a Capital federal não tenha nascido de forma espontânea, e sim, implantada.Sérgio de Sá, jornalista
Ele conta que por causa da violência os jardins tiveram que ser cercados e que hoje já não é mais possível brincar na rua com a mesma liberdade de outrora. Mesmo assim, comparando-se com a situação de outras capitais brasileiras, Brasília ainda vale o passeio.
onde ele mais gostava de estar: na estrada
Não dá para falar sobre a capital federal sem falar de música. “O pessoal aqui é muito antenado, sempre com um pé no mundo estrangeiro, até por conta da quantidade de diplomatas que temos aqui”, comenta Sá.
Talvez a banda mais conhecida da cidade seja mesmo a Legião Urbana. Behr conheceu os meninos de perto e é dele a letra de Nossa Senhora do Eixão, gravada por Renato Russo e companhia.
Antes deles, na década de 60, a cidade viu nascer Os Primitivos, Os Reges e Os Infernais. “Em 64 acabou a vibração que Brasília tinha antes”, declara Sá. Mesmo assim, em 70 a cidade vê nascer Matuskela, Tellah, Por do Sol e Mel da Terra e artistas como Oswaldo Montenegro e Cássia Eller.
Depois, nos anos 90, surgiram Raimundos, Little Quail and the Mad Birds, Maskavo Roots, Low Dream, Oz, Sunburst, DFC, Os Cabeloduro, Câmbio Negro e Os Bois de Gerião. E como a música não para nunca, no início da última década a cidade ganhou grupos como Móveis Coloniais de Acaju, Askes, Prot(o), Suíte Super Luxo, Capotones, Velhos e Usados, Gilbertos Come Bacon e Lucy and the Popsonics.