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Em relatório divulgado na última sexta-feira (30), a Associação de Hotéis de Nova York revelou alguns números concernentes ao impacto da aceitação da Airbnb – plataforma mundial de aluguel de casas e apartamentos por temporada – por viajantes que chegam à cidade. Segundo o levantamento, o crescimento do aluguel de propriedades afetou negativamente a indústria hoteleira daquela região. Estima-se que o mercado tradicional de hospedagem tenha perdido até US$ 2,1 bilhões em receita gerada por reservas de quartos, taxas, serviços auxiliares e outros elementos indiretos atrelados ao ato da hospedagem. 

Tais números estão no levantamento intutulado Airbnb e os impactos na economia e no mercado de hospedagem de Nova York. Os resultados são relativos ao período de setembro do ano passado até o último mês de agosto. A associação representa ao menos 270 empreendimentos do segmento.

O material ainda conclui que mais de 2,8 mil postos de trabalho podem deixar de existir em decorrência da mudança de opção com a entrada das hospedagens sem hotéis. 

Vijay Dandapani, da associação hoteleira de Nova York, pondera que esse estudo confirma o crescimento das operações Airbnb em Nova York e seu impacto negativo para a economia gerada pelos hotéis. De acordo com ele, também mostra o potencial dos métodos alternativos de hospedagem. 

Discurso de complementaridade
Do outro lado da moeda, o discurso da Airbnb toca a todo momento no conceito de complementaridade. De acordo com as diretrizes da companhia, a intenção não é oferecer risco aos hotéis convencionais e sim oferecer um outro tipo de hospedagem alicerçado na fidedignidade que uma habitação local pode conferir à experiência que se tem numa outra cidade que não a sua.

Em entrevista realizada na semana passada, Leonardo Tristão, diretor da corporação no Brasil, reforçou a única intenção da empresa: favorecer o viajante e sua vivência. O diretor também sublinhou a intenção real de criar mecanismos reguladores.

"É parte da nossa estratégia ter um dialogo pró-ativo com os poderes Executivo e Legislativo para achar o que faz sentido do ponto de vista da regulamentação. Um modelo de negócios novo muitas vezes demora para ser totalmente compreendido e não faz sentido você, na maioria das vezes, aplicar uma legislação vigente num modelo novo", considera. "Faz sentido pegar os impostos que os hotéis tem e aplicar a um proprietário que aluga sua casa? Quem aluga é pela lei o inquilinato e não por leis do turismo". 

"Não somos inimigos dos hotéis. Acreditamos que a nossa proposta é complementar. As pessoas que ficam em hotéis buscam algo e quem está no Airbnb busca outra coisa", finaliza.

Serviço
www.hanyc.org
www.airbnb.com