A internet e todos os seus desdobramentos – a venda on-line, OTAs, ferramentas de atendimento e reservas virtuais, mídias sociais – são dos temas mais presentes entre as discussões da hotelaria. Já foi parte das discussões dos seminários de Marketing e Vendas promovidas pelo Hôtelier News, assunto tratado por articulistas e área de investimento em diversos hotéis. Há de se perguntar, então, o porquê de alguns hotéis insistirem em manter sua página desatualizada, à revelia dos melhores conselhos de especialistas.
 
Atualmente, ter um site é coisa simples, qualquer um faz. E esta é, em parte, a grande maravilha e o grande perigo da internet. A facilidade com a qual se coloca sua marca às vistas de todos os usuários da rede mundial de computadores esbarra na cultura do jeitinho brasileiro de resolver as coisas. Pois bem, se “qualquer um faz”, é desnecessário contratar um profissional “só para isso”. Muitas vezes há, entre os colaboradores do departamento de Marketing ou Tecnologia, alguém que entenda um pouco sobre construção de sites e pode dar uma força.
 
Com tal raciocínio, o resultado é o que vemos corriqueiramente quando fazemos uma busca no Google por hotéis. A lista de problemas é grande e começa com o mais simples deles: informações básicas. O turista quer viajar, busca um local interessante para hospedar-se por alguns dias e desfrutar do destino. Onde se deixa, então, o serviço completo de seu hotel, incluindo endereço, bairro (ou até mesmo praia), cidade, telefone, e-mail de reservas? Escondido na última aba do site, no famigerado “Contato”? Quanto o usuário tem que navegar em sua página para conseguir descobrir se seu hotel fica próximo ao centro ou à estação de metrô?
 
Além da parte prática, o visual é de extrema importância. Afinal, o site é a primeira impressão que o seu potencial hóspede terá. Redundante colocar que as fotos do empreendimento devem ser atualizadas e verdadeiras, pois o Photoshop da bela vista para o mar normalmente é vencido pela sujeira que o hóspede pode encontrar. O contrário também pode acontecer: a falta de fotos ou imagens de qualidade inferior podem desestimular o visitante. O Google trouxe milhares de resultados e, se o seu hotel não chamou a atenção à primeira vista, há outros a serem buscados.
 
O que dizer, então, sobre as redes sociais? Estar presente é importante e os amigos, fãs e seguidores são ótimos canais de divulgação de seu hotel – talvez os melhores, pois funcionam como QIs. Mas de nada adianta ter Facebook, Twitter, blog corporativo e toda uma vida virtual se estas ações não estão alinhadas com o departamento de Vendas, de Reservas. A internet tem que fazer parte da estratégia, e não ser utilizada como um recurso barato para dar visibilidade fácil para o hotel. Não basta apenas criar páginas, é preciso criar estratégias. Quem alimenta e monitora o Twitter de seu hotel? Como são feitas as respostas para os clientes que elogiam o empreendimento? E para os que criticam? Conhece as regras para as promoções nesses canais?
 
Uma última observação diz respeito às línguas. A crescente procura de estrangeiros pelo Brasil torna obrigatório o conteúdo (pelo menos) bilíngue no site. Novamente, deixemos o Google Translator de lado e contratemos um profissional para a versão dos idiomas de Shakespeare ou de Cervantes. A ferramenta é ótima para auxiliar seu dia a dia, mas não substitui o conhecimento da língua de fato. E, por falar em domínio, já passou todo o conteúdo de seu site, em português mesmo, por uma meticulosa revisão? As palestras e discussões sobre tecnologia não estão aí para serem apenas assistidas e curtidas. Os especialistas buscam dar exemplos práticos para que o hoteleiro possa identificar, em seu próprio negócio, os pontos fracos e descobrir, em meio a tantas informações recebidas, uma forma de melhorar sua existência virtual.